Sobre o Sistema Campo Limpo

Central de recebimento do Sistema Campo Limpo em Contenda (PR), administrada pelo inpEV.

O Sistema Campo Limpo é o programa brasileiro de logística reversa das embalagens vazias ou com sobras pós-consumo de defensivos agrícolas. Ele reúne a indústria fabricante desses produtos, o canal de distribuição, os agricultores e o poder público, cada um com o seu papel e suas responsabilidades definidas por legislação, para promover a logística reversa e dar destinação ambientalmente adequada a essas embalagens. O inpEV (Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias) é a entidade gestora do Sistema e todo o processo é regulamentado pela Lei nº 9.074/00 e seu decreto regulamentador nº 4.074/02.

Esse trabalho sistêmico é responsável por destinar corretamente 94% de todas as embalagens plásticas primárias1de defensivos agrícolas colocadas no mercado e transformou o Sistema Campo Limpo em referência de eficiência e economia circular (leia mais nas páginas a seguir). Do total destinado, 94% são reinseridos no processo produtivo por meio da reciclagem, transformando-se em novas embalagens e tampas para defensivos ou em outros artefatos para a construção civil e as indústrias automotiva e energética, entre outros setores. Os 6% do material que não podem ser reciclados são encaminhados para a incineração.

107
Centrais de recebimento

304
Postos de recebimento

4,5 mil
Recebimentos itinerantes

Presente em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal, o Sistema Campo Limpo soma com mais de 400 unidades fixas (postos e centrais de recebimento) e também realizou, aproximadamente, 4.500 recebimentos itinerantes em 2019.

1 - As embalagens primárias são aquelas que têm contato com o produto.

O que é o Sistema Campo Limpo?

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ECONOMIA CIRCULAR

Produzida com polietileno de alta densidade reciclado, a Ecoplástica® tem três camadas, a primeira interna de resina virgem e as demais recicladas. Tem alto desempenho e segurança com certificação UN (grupo II, densidade 1,4 g/ cm3) para transporte terrestre e marítimo de produtos perigosos. Produzida com polipropileno e polietileno, a Ecocap® é 100% reciclada, de fácil manuseio e com alta performance em segurança.

A economia circular busca uma nova maneira de projetar, produzir e consumir, respeitando os limites do planeta e gerando valor. Trata-se de uma mudança sistêmica, incluindo preocupações sobre o ciclo de vida de produtos desde o seu desenvolvimento e a garantia do retorno desses materiais ao processo produtivo, elevando a capacidade de uso e reúso de bens e recursos naturais à máxima produtividade, mantendo-os na economia e gerando valor: esses resíduos tornam-se novamente matéria-prima para a sua própria produção (também conhecido como ciclo fechado) ou têm seus componentes destinados a outros segmentos da indústria (a chamada segunda vida de um insumo). Esse é o modelo que inspira o Sistema Campo Limpo.

Referência em circularidade

Idealizada pelo inpEV, a Campo Limpo Reciclagem e Transformação de Plásticos S.A. é responsável por uma importante evolução tecnológica: a primeira embalagem de defensivo agrícola fabricada a partir de resina reciclada de embalagens pós-consumo desse mesmo produto. Única no mundo, a Ecoplástica® oferece alto desempenho e segurança. A Campo Limpo Tampas e Resinas Plásticas Ltda. produz um sistema de vedação de alta performance, a Ecocap®. Juntas, a Ecoplástica® e a Ecocap® oferecem uma solução completa e permitem fechar o ciclo de gestão das embalagens dentro da própria cadeia. O lucro dessas empresas é reinvestido no custeio do Sistema.

As resinas das embalagens vazias de defensivos agrícolas ainda são destinadas para outros parceiros recicladores, responsáveis por inserir os materiais em artefatos utilizados pela construção civil, indústria automotiva e energética, entre outros setores. Dutos corrugados, tubos para esgoto, bloquetes, postes de sinalização e tambores são alguns dos artefatos produzidos, em um processo que reduz a demanda por novos recursos naturais.

Responsabilidade compartilhada
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devem manter locais adequados para receber e armazenar as embalagens vazias e indicá-los na nota fiscal, assim como fornecer o comprovante de devolução ao agricultor no recebimento da embalagem; em conjunto com os demais elos, devem educar e conscientizar agricultores sobre a importância de seguir os procedimentos corretos e participar da logística reversa.

 

FLUXO DO SISTEMA CAMPO LIMPO

 

Gestão das unidades de recebimento

O sistema de recebimento das embalagens vazias totaliza 411 unidades em todo o país. A estrutura é formada por 304 postos e 107 centrais que recebem, separam e preparam (compactação, enfardamento e ensacamento) os materiais para a destinação final adequada – reciclagem ou incineração. Recebimentos itinerantes aumentam a capilaridade do Sistema, oferecendo alternativas para o agricultor devolver as embalagens vazias. As unidades de recebimento fixas são administradas pelo canal de distribuição, podendo ser uma associação de revendas ou uma cooperativa agrícola, ou pelo inpEV, que encerrou 2019 com 29 centrais sob sua gestão.

Além da abrangência e de garantir diferentes modalidades de recebimento, o Sistema Campo Limpo está em constante evolução para acompanhar o dinamismo do agronegócio brasileiro e garantir a adequada gestão dos resíduos. Faz parte desse processo a incorporação da administração de centrais de recebimento pelo inpEV. O tema foi discutido no âmbito do Conselho Diretor com a participação de todos os elos da cadeia agrícola que, dentro de uma visão sistêmica, buscam um modelo de gestão centralizada dessas unidades.

CENTRAIS
Unidades que recebem, separam e processam as embalagens vazias, para envio à destinação adequada.

Postos
Estruturas menores que as centrais, aptas a receber as embalagens vazias e separá-las, enviando-as em seguida às centrais.

Recebimento itinerante
Unidade volante para o recebimento de embalagens vazias em regiões mais distantes das unidades fixas de recebimento.

Agendamento de devolução de embalagens vazias (adEV)Sistema eletrônico que permite aos agricultores programar as devoluções das embalagens vazias ou contendo sobras.

Como entidade gestora do Sistema, o inpEV detém o conhecimento de todo o processo de destinação das embalagens e dissemina boas práticas em temas como gestão ambiental, promoção de um ambiente seguro de trabalho e de eficiência nas centrais. Essa experiência, somada à gestão que o Instituto já fazia de seis centrais até 2018, demonstrou as oportunidades de ganhos de uma gestão mais integrada. O intuito é que a medida traga benefícios para todo o Sistema Campo Limpo, incluindo avanços em eficiência com a uniformização de processos e consequente redução de custos para todos os elos da cadeia.

Em 2019, 23 centrais foram incorporadas à gestão do Instituto em um processo de transição que buscou valorizar o amplo diálogo e a articulação. Como premissa, os trabalhadores dessas centrais se tornaram funcionários do inpEV, valorizando o conhecimento técnico já incorporado nessas unidades. Ao longo do ano, treinamentos e reuniões buscaram alinhar as práticas das unidades e promover a integração entre os profissionais do inpEV e das centrais recém-incorporadas. (leia mais em Desenvolvimento Humano)

A transferência da gestão das centrais para o Instituto deve ter sequência nos próximos anos, de forma gradual.

EXPANSÃO

Em agosto, com a presença de representantes do poder público, da indústria fabricante e do canal de distribuição, foram inauguradas as novas instalações da Campo Limpo Tampas e Resinas Plásticas Ltda., em Taubaté (SP). O complexo industrial foi ampliado, ganhando mais 4.500 m2 para fabricar a Ecocap®, produzida a partir de tampas pós-consumo recebidas pelo Sistema Campo Limpo. Em setembro, a Campo Limpo Reciclagem e Transformação de Plásticos S.A., que produz a Ecoplástica® (embalagem de defensivo agrícola fabricada a partir de embalagens pós-consumo provenientes do Sistema), inaugurou sua nova fábrica, em Ribeirão Preto (SP).

EMBALAGENS DESTINADAS GRI 301-3 e 306-2

O ano foi marcado por recorde de destinação de embalagens vazias, com 45.563 toneladas destinadas. O volume representa um aumento de 3% em relação a 2018 e demonstra a capacidade do Sistema de acompanhar o crescimento do setor agrícola no país e a eficiência dessa operação. O material foi destinado da seguinte forma: 94% foram enviados para reciclagem e 6% para a incineração. Para 2020, a meta é destinar 46 mil toneladas de embalagens vazias.

O Sistema faz a correta destinação de todos os tipos de embalagem de defensivos agrícolas regularmente comercializadas. Isso inclui as embalagens de plástico ou metal, suas tampas e as caixas de papelão utilizadas no transporte.

Também são recebidas de volta as sobras pós-consumo dos defensivos que o agricultor não tenha utilizado até o fim. As sobras podem ser de dois tipos: produtos com a data de validade vencida ou com danos na embalagem que impeçam sua utilização; ou produtos em desuso, que tiveram o registro cancelado, mas não proibido, e não possuem mais a recomendação para o uso. Em 2019, 131 toneladas dessas embalagens foram recebidas e destinadas pelo Sistema Campo Limpo. Nesse caso, o material é encaminhado exclusivamente para a incineração.

 

Volume recorde: 45.563 toneladas de embalagens vazias destinadas em 2019. A meta é destinar 46 mil toneladas em 2020.

 

Peso total de resíduos, por tipo e método de disposição GRI 306-2

Resíduos não perigosos (em toneladas)

2019

Reciclagem1

42.528,2

Subtotal resíduos não perigosos

42.528,2

Resíduos perigosos (em toneladas)

2019

Reciclagem1

362,7

Incineração (queima de massa)2

2.803,0

Subtotal resíduos perigosos

3.165,7

Total

45.693,9

1 - Aço, alumínio (embalagem e grade de reservatório IBC), embalagens plásticas lavadas de Coex (polietileno coextrusado) e Pead (polietileno de alta densidade), papelão e tampas, além de embalagens rígidas não lavadas. 2 Embalagens plásticas flexíveis não lavadas, bolha do reservatório IBC, hidróxido de alumínio, embalagens de vidro e embalagens com sobras pós-consumo líquidas e sólidas.

Embalagens destinadas por estado (kg)

Mato Grosso

11.183.362

25%

Paraná

5.949.245

13%

São Paulo

5.026.544

11%

Rio Grande do Sul

4.826.639

11%

Goiás

3.856.349

8%

Mato Grosso do Sul

3.466.210

8%

Minas Gerais

3.441.204

8%

Bahia

3.375.985

7%

Santa Catarina

801.735

2%

Maranhão

779.621

2%

Outros

2.856.195

5%

Total geral

45.563.089

100%